sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

MÃOS ENTRELAÇADAS



TENHO PRESSA



De todos os toques, talvez o entrelaçar dos dedos das mãos, seja o mais importante.

É ali, com os dedos entrelaçados, que uma alma se entrega a outra, algumas vezes apenas por um efêmero momento.

Quando esta imagem me vem ao coração, ela me diz: estou aqui, leve-me, conduza-me, que eu o conduzirei também. Em nossas mãos sentimos o calor da ternura de nossa entrega.







- Eu confio em você, e você confia em mim – Oriente-me, me dê segurança de saber que se tropeçar, sua mão me manterá de pé. Posso prometer o mesmo, tentar nunca permitir que caia. Mas se não houver uma maneira de mantermos um ao outro de pé, cairemos juntos, e vamos rir, e nos esborrachar no chão, sem nos soltarmos.

Então saberemos que seremos sempre, em qualquer situação, um amigo que se dispõe a estar ao lado do outro.

Quando nossas mãos se entrelaçarem pela primeira vez, saberemos que nosso calor, nosso afeto, nossa proteção mútua, estará conosco para sempre.

Quero entrelaçar meus dedos aos seus, quero que sinta neles a minha amizade e a ternura que tenho a lhe oferecer.

São as mãos dadas, com os dedos entrelaçados (não me canso de repetir), que contribuem para que nos tornemos mais genuínos, para que nos aproximemos mais ainda, mesmo estando tão perto pelas palavras.
Não conheço você, nunca lhe vi, não posso mais desperdiçar um tempo precioso, quero sim, transformá-lo em algo bem mais valioso.
O que significa mais valioso? O equívoco de achar que mais tarde sempre haverá mais tempo?
Para viver a experiência, que lhe proponho, é decisivo que não venhamos a nos esquecer da finitude.
A vida tem pressa, é necessário tomar consciência daquilo que no fundo queremos. A consciência do tempo que se esgota. Mas quero que esse tempo se prolongue como algo que se abre para o futuro, não algo que o fecha. Não demore... Por favor, não demore...
Seja meu amigo, segure minha mão, eu segurarei a sua e lhe oferecerei um sorriso que virá da vastidão de um novo espaço, sem início ou fim, mas onde os sentires são verdadeiros. Entenda que entre todas as experiências silenciosas, também existem aquelas ocultas, escondidas na inquietação.
É fácil, toque minha mão e seja eternamente meu amigo, assim daremos à nossa vida uma nova forma, uma nova melodia.
Eu quero, isso é o que eu penso, pois quando se trata
de alma, quase nada se pode controlar, nem mesmo

 dizer:  “MEU AMIGO”.



para você, José Eduardo

Madu Dumont

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