quinta-feira, 6 de abril de 2017

BEM VINDO AO MEU DELÍRIO



ABISMO




Ouço a razão de meu instinto,
o último eco da dúvida.
Esqueço as palavras,
viajo ao fim da noite,
acima do abismo mais profundo.
Por momentos, meu espírito fraqueja,
temo desabar.

Temo minha fome insaciável,
parte de uma imensa teia.
Teia de mentiras.
Chego às profundezas das fraquezas
e dos delírios íntimos.
Uma falsidade fascinante,
labiríntica,
fluida,
irrefreável como água.

Mundo artificial,
coagulado
                      e 
morto, cobrindo
minhas emoções
com véus de hipocrisia.
Como uma mandrágora diante do toque humano – grito.
Sou um veneno que não atinge somente a carne,
mas alcança os recônditos mais profundos.
Raiva,
ciúme,
colisão,
tudo despido de poesia. 

 
Madu Dumont

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