ABISMO
Ouço a razão de meu
instinto,
o último eco da dúvida.
Esqueço as palavras,
viajo ao fim da noite,
acima do abismo mais
profundo.
Por momentos, meu
espírito fraqueja,
temo desabar.
Temo minha fome
insaciável,
parte de uma imensa
teia.
Teia de mentiras.
Chego às profundezas
das fraquezas
e dos delírios
íntimos.
Uma falsidade
fascinante,
labiríntica,
fluida,
irrefreável como água.
Mundo artificial,
coagulado
e
morto, cobrindo
minhas
emoções
com véus de
hipocrisia.
Como uma mandrágora
diante do toque humano – grito.
Sou um veneno que não
atinge somente a carne,
mas alcança os
recônditos mais profundos.
Raiva,
ciúme,
colisão,
tudo despido de
poesia.
Madu Dumont
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