sábado, 12 de novembro de 2016

OUTRAS VEZES O AMOR SE PERDE NO CAMINHO.


INÚTIL ESPERA

No escuro,
por todos os caminhos que levam a meu quarto,
o esperei por uma noite inteira.
Desejei seu corpo,
seu cheiro de macho assustado.
Desejei sentir sua boca roçar na minha boca,
sua barba mal-feita,
me ardendo o rosto.
Sua pele ávida de carícias,
a tocar minha pele quente,
com meu melhor perfume,
o aroma do meu desejo.
Suas coxas dançando em minhas coxas.
Desejei ouvir sua voz
dizendo coisas insensatas e belas.
Desejei seu silêncio.
Desejei me ver nos seus olhos.
E seu sexo no meu sexo.
Meu corpo ardente,
fazendo você estremecer
entre prazer e dor,
imersos nos espasmos de nós dois
andando sem pressa em nossos caminhos,
a driblar cansaços,
até chegar a aurora.
Desejei que você fosse embora
com a primeira luz do dia
e me deixasse dormindo,
Sonhando com o desejo entre os seios.
Sou nua em minha espera,
e integralmente sua,
em minha inútil espera;

Madu Dumont

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