quinta-feira, 24 de novembro de 2016

LUAS INVERSAS


Nada sabemos da alma Senão da nossa; As dos outros são olhares, São gestos, são palavras, Com a suposição De qualquer semelhança no fundo.





LUAS INVERSAS

Nossas luas são inversas.
Nossas horas distantes.
Jejuo o desejo,
jejuo um tempo sem razão.
Sinto falta de nós
já que há muito tudo me faltava.
 Embriaguei-me nesta fantasia (ou sonho).
Meu desejo roçou a loucura,
enferrujado pelo amor à solidão,
para que eu possa escapar através dela.
Há sangue em meus olhos,
mas talvez sejam lágrimas.
Em minha alma,
gritos inarticulados,
sem sentido.
Vivo uma expectativa infinita,
minha confiança vacila,
o fogo derrete os nervos.
Vivo este sonho.
O sonho de um amante ao acaso.


Madu Dumont


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